Com a avalanche de imagens digitais em que vivemos, é louvável conhecer a obra de artistas amadores que param tudo para se dedicar à pintura. Assim surge a exposição coletiva “Caixa de Pandora”, que chega ao espaço cultural Carbono Cult, no bairro Bigorrilho, em Curitiba.
O nome da exposição se refere à mitologia grega e remete à curiosidade e descontrole. “Não há mais uma única caixa, vivemos em um mundo feito de milhões delas, sempre abertas, sempre em ebulição.
Esta exposição propõe uma reflexão sobre o caos interior e coletivo que emergem quando as caixas do inconsciente, da memória e da realidade se escancaram”, explica o curador, o professor Lavalle.
Cada artista expõe sua própria “caixa”, traduzida em cor, gesto e matéria. Longe de buscar a ordem ou a cura, as obras aceitam o turbilhão, investigam o não dito e o não resolvido.
“Caixa de Pandora é uma exposição sobre o agora, um agora em ruínas e reinvenção, fragmentado, barulhento, belo e assustador. Um tempo em que emergências pessoais, sociais e ambientais se entrelaçam na visão poética dos artistas e essas urgências se tornam pintura, corpo, cor, memória, lembranças e violência. Cada obra carrega uma verdade, são imagens que não buscam fechar feridas, mas escancará-las. Porque refletir sobre o estar no mundo, hoje, é aceitar o desequilíbrio, o excesso, o desamparo e ainda seguir em frente.”
Serviço 1o1h3e
Exposição “Caixa de Pandora”
Carbono Cult – Rua Alferes Ângelo Sampaio, 2.580 – Bigorrilho
